Um guitarrista virtuose do carnaval baiano
Década de 1970. A Axé Music nem sonhava nascer e nem atormentar a minha paciência e inteligência. O frevo "trioeletrizado" reinava soberano no carnaval baiano, sacudindo a massa pelas ruas e ladeiras de Salvador.
O Trio Elétrico Dodô & Osmar vivia o seu auge, com uma nova formação a partir de 1975, como uma verdadeira banda, tal qual um grupo de rock, contando com baixo e bateria, novidades para a época. Os filhos de Osmar se tornaram membros da banda e o grande destaque era o guitarrista Armandinho, que na época fazia carreira paralela com o grupo A Cor do Som. Com o tempo, o grupo foi rebatizado como Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar.
Armandinho começou a tocar desde cedo, tocando em cima dos trios elétricos desde os dez anos de idade, no começo dos anos 1960. Sua formação musical é rica, e a influência do mestre do choro Jacob do Bandolim é muito grande, dando-lhe técnica e agilidade. Outras vertentes musicais, como o rock, tornaram-se referências no seu trabalho.
As apresentações matadoras nos carnavais da Bahia do Armandinho, Dodô & Osmar, chegavam a mexer até com o público roqueiro, por causa da rapidez das músicas e os longos solos de Armandinho. E os frevos elétricos instrumentais, heranças do tempo em que os trios não tinham vocais e do próprio choro, eram arrasadores.
Com o surgimento do Axé nos anos 1980, as músicas do carnaval baiano desaceleraram e a guitarra perdeu espaço para a percussão. Agora está havendo uma mobilização para a revalorização da guitarra baiana, e com apoio de onde menos se esperava: do rock baiano. A Retrofoguetes, banda de rock da Bahia, é um dos nomes que tomaram a frente para o resgate da guitarra baiana.
O vídeo de "É A Massa", acredito que do final dos anos 1970, mostra o grupo afiado nas performances e todo o virtuosismo de Armandinho. O vídeo ajuda a entender por que Armandinho divide com Pepeu Gomes, o posto de melhor guitarrista baiano de todos os tempos. Ah, e confira o poder de fogo da pequenina guitarra baiana.
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