Charges da série "Maus hábitos do baiano" (2006) - parte X: ouvir música no último volume


Um mau hábito que ganhou dimensões nacionais. Não há nada mais cafona do que o sujeito que ocupa a mala do carro com auto-falantes com equipamento de som de última geração pra tocar breguice. Bom, se esse costume é cafona, o som logicamente tem que ser cafona. Ao menos há coerência. Confira o texto original.

"Este é um dos maus hábitos 'clássicos' de alguns baianos: ouvir som alto. Pode-se ouvir som alto em diversos lugares: nos carros, nos bares, nas residências e até mesmo nos camelôs instalados nos pontos de ônibus com suas banquinhas de cd´s piratas; é uma verdadeira 'zona'.
Pior do que isso, só o repertório, que é terrivelmente de gosto pra lá de duvidoso, baseado na "santíssima trindade da tranqueira musical" baiana: axé-music, pagode e arrocha.
Tem sujeitos que torram uma grana violenta em equipamentos de som no carro, em alguns casos, quase que o valor do próprio veículo. O 'cidadão' então sai com a maior cara de 'retadão' no seu carrão, liga o som no máximo, pra tocar as "pérolas" da música baiana. E tome arrocha, pagode e axé. Se encontra com a galera nos postos de gasolina pra fazer aquela zoada, tomando todas. 'Ué, bebida nos postos?! Os postos contribuem com a combinação de álcool e gasolina?'. Ora, sorria, você está na Bahia!!
Tem também aquele povo que gosta de 'compartilhar' o seu 'gosto' musical om a comunidade. O cara pega a caixa de som, põe na janela, liga o aparelho, põe aquele cd pirataço do Silvano Sales, o 'Rei do Arrocha'( há quem diga que existem outros ) que custou R$3,00, e põe pra ele e toda a vizinhança ouvir. Bem, depois emenda com pagode de 19ª categoria e axé, regado a muita cerveja no 'juízo'. E assim seguem todos 'felizes' para sempre...
Felizes uma droga, existem aqueles baianos, igualmente a mim, que não toleram essa 'folclorização' baiana 'do tudo pode, é assim mesmo', e partem para o contra-ataque. Existem mobilizações contra essa barulheira e fiscalizações que mesmo ainda não sendo o ideal, pelo menos mostra que existe um inconformismo de uma parcela da população. Afinal os meus ouvidos e os de alguns baianos não são latrinas para receber tanto...digamos, "material fecal sonoro". (06/01/2007)

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